21 de novembro de 2010


Reciclagem ^^


Hoje eu estava arrumando meu quarto e separando algumas coisas das quais já não utilizo mais - e algumas que nunca utilizei -. Aquelas roupas que já não servem mais coloquei em um saco. Organizei os livros empoeirados da estante, deixando de canto aqueles que eu não gosto tanto assim, aqueles que de tanto ler conheço parágrafo por parágrafo, e aqueles que a cada leitura, eu encontrava um significado diferente, e que hoje em dia, já não me diz mais nada. Coloquei-os dentro de um saco também. Peguei as três caixas que ficavam em cima do guarda-roupa cheias de CDs, olhei um por um - o que me fez lembrar de quando criança, limpava todos, e guardava em ordem alfabética -, organizei-os e separei aqueles que de tão escutados se tornaram monótonos, e aqueles que de tão velhos, acumulam manchas e milhares de riscos. Esses, joguei fora. Os outros coloquei também em um saco. Peguei as duas caixas de sapato com as minhas tranqueiras. Papel de bala, papel de bombom, entrada de cinema, flyer de show, cartas – da Wendy, algumas tão amassadas e antigas que torna ilegível algumas palavras -, bilhetes, brinquedos de Kinder Ovo, uma coleção de lacres coloridos, uma coleção de maços de cigarro, caixinha de fósforo, isqueiros, desenhos, correntes, pulseiras, anéis, medalhas, fotos, chaveiros, mais CDs, pingentes, embalagem de Tic Tac, amostras de perfume, adesivos, e tantas, mas tantas outras coisas, que eu não sei como consigo guardar somente em duas caixas. E depois de mais de uma hora olhando cada lembrança, guardei tudo, sem pegar sequer um dos papéis de bala pra jogar fora.


Agora, um pensamento me invade a cabeça. Mais ou menos assim: Acredito que arrumar a bagunça da vida, seja como arrumar o próprio quarto. A gente tira tudo pra fora, lembranças, sapatos, vontades, roupas, desejos, livros, e assim por diante e separa o que não nos acrescenta mais. A gente abre mão das roupas que quase nunca foram utilizadas e só ocupam espaço, das histórias carimbadas nos livros, pra que outras pessoas possam se alimentar daquelas palavras, dos CDs pra que outras pessoas possam aproveitar cada tom de voz. Nos livramos da poeira acumulada dos objetos velhos, e abrimos espaço pra que novas coisas possam preencher o vazio.


A vida, - assim como o quarto -, por mais que a gente jogue fora algumas coisas, sempre resta algo que não abrimos mão. Sendo assim: as lembranças. Igual aquelas duas caixas de "tranqueira" que eu havia falado. Que agora, ocupam um espaço no fundo do armário, e que ficarão ali pro resto da minha vida, ou até que eu troque de guarda roupa, - risos -.

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